2 Dedos de Prosa com Marco Antonini – 2ª Parte

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*** entrevista na íntegra. Fotos: acervo de Marco Antonini

2 Dedos de Prosa  Ainda faz assessoria de imprensa? Você assessora cantores sertanejos, como é realizar este trabalho, com artistas diferentes do seu estilo musical?

Marco Antonini – Insuportável, mas aprende-se muito. Com isso aprendi o que quero e o que não quero mais na minha vida. Pode ser trabalho, pessoas, coisas, lugares.

2 DP  O que significa o Martim Cererê para você? E como concilia seu trabalho de Diretor no Centro Cultural e os seus shows?

MA – “É a minha casa, meu leite materno, seio de mãe, ninho da águia”, nasci ali. Vivi anos incríveis de aprendizado com o Marcos Fayad e todos que fizeram parte dessa história linda que é o Martim Cererê. Entristece-me um pouco as pessoas não saberem como e porque o Martim surgiu, o que foi feito, quem fez, porque fez. Mais uma vez, nós goianos não valorizamos nossa história e tão pouco o que é nosso.

Foram 30 edições do Cabaré Goiano, a peça Martim Cererê, (Cenários e figurinos de Siron Franco, Música do Maestro Eduardo de Moraes, Coreografia de Hugo Rodas, Supervisão de canto e regência de Joana Machado), Os Pequenos Burgueses, Lorca, Recitais de cantos indígenas, cerca de 80 espetáculos.

Pra mim ainda era mais interessante, pois eu era iluminador, ator e cantor. Eu trabalhava umas 5 vezes mais que todos, mas ao mesmo tempo, todos os outros trabalhavam tanto e acreditavam tanto, que por isso foi um grande sucesso, aprendizado.

Considero que nasci ali, ali me criei. Meus verdadeiros pais, amigos, tios, filhos, sobrinhos, estavam ali. Só não posso dizer de “irmã”, porque tenho uma irmã maravilhosa pela qual eu estou aqui, meu motivo de viver, razão de viver, meu tudo. O ar que respiro, ela é a minha vida, Dra. Kenya Hélida. Só nós dois sabemos da nossa história. Daqui alguns dias saberão, pois estou escrevendo meu livro.

Amo o Martim, vivo o Martim.

Na verdade é um processo, sou coordenador do Martim que funciona numa ligação bonita e do bem com a Dirce Vieira, Gerente das Salas de Espetáculos uma guerreira incansável, Nars Chaul e a Professora Raquel Teixeira outra guerreira admirável, conectada com tudo, sabe de tudo que se passa ao seu redor, me cansa só de pensar em tantas coisas e funções que ela tem, Admirável. Tenho isso com a professora, desde os tempos do ICHL, quando fiz comunicação e ela era a diretora do ICHL. Ahhh e meu “santo-anjo” Cleverlan Valle, uma pessoa incrível, com ele redescobri o significado da palavra amigo. Agnaldo Coelho, um encanto, Maestro José Eduardo. Tenho pra mim que gratidão nunca é excessiva, sou muito grato a essas pessoas.

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2 DP  O Vaca Amarela está em sua 14ª edição, e tem grande força de expressão nacional. Qual é o apoio da grande mídia? E o que o público pode esperar do Vaca Drops que aconteceu no dia 18 de setembro?

MA – Eu adoro todos os festivais de Goiânia, não me canso de vê-los, apoiar, incentivar. E todos são muito bem estruturados, apesar da pouca grana. Mas todos são músicos, produtores, empresários, jornalistas e já estão ai há 20 anos. O que o Pop, Rock, Regional nunca conseguiram fazer, o undergound “da baile”.

Gostaria imensamente que o “teatro” fosse mais aberto e menos “tacanho”, talvez assim, teríamos um maior destaque.

A dança, só a Quasar e o Henrique, já salvam o mundo. (Rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsr)

Acho o FICA sensacional, Canto da primavera, Goiânia Noise, Grito Rock, Juriti, Panela Nova, Monstro Rocks, Bananada, Vaca Amarela, Diablo Fest, El Club. Sou suspeito (rsrsrs)

A mídia? Quem se importa? Todos funcionam bem e são donos dos seus narizes. Viva a liberdade.

2 DP  Marco Antonini é uma pessoa super guerreira, nunca deixou de ser quem é. Como consegue manter essa força e coragem, sempre em alta?

MA – Caso eu não fizesse o que faço, estaria morto. Acho que poderia ser um pouco menos doloroso o caminho (rsrsrs).

Mas estou feliz, em paz, tranquilo. Nem tudo são flores, já mastiguei muito pão que o diabo, “defecou”, ainda mastigo, isso me faz ser forte, teoricamente. Meu travesseiro, meu espelho, minha irmã e o Shell sabem das minhas lágrimas.

Acima citei a minha infância onde não tive nada, morávamos num barracão de 2 cômodos, cozinha, sala-

quarto. Não tinha luz, água, fogão a gás, nada…. não tinha nada. Não ter nada e ver tudo ao meu redor, me fez valorizar cada segundo que vivo e tudo que conquisto. Tudo o que conquistei e conquisto ainda não é nada. Não tenho dinheiro, não tenho posses, não tenho nada. Eu tenho alma, coração, espírito, força, coragem e uma vida abençoada. Eu tenho tudo.

Sou capaz de fazer qualquer coisa que seja trabalhar com honestidade e caráter, criar, arte. Só não sei consertar avião, mas caso eu tente, periga eu conseguir. (Rsrsrsrs)

EU ESTOU VIVO, ISSO BASTA!

2 DP – Você é uma pessoa intensa. O que faz para relaxar?

MA – As vezes canto (rsrsrsrsrsrs). Gostaria de cantar mais e fazer sexo rsrsrs. Já tem 9 anos que sou abstêmio. Foi difícil e doloroso nos primeiros anos, agora me acostumei.

2 DP – Como é ser considerado como um dos artistas que mais contribuem em causas humanitárias?

MA – É só a minha obrigação, deveria fazer mais. A diferença entre os que vencem e os derrotados é a oportunidade. Se eu tiver a oportunidade de ajudar alguém, pode ter certeza de que o farei de coração e alma.

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2 DP  O que toca em seu playlist?

MA – Eu gosto de me misturar, gosto de ouvir coisas contemporâneas e coisas bem antigas que você sequer imaginaria que ouço.

Estou focado no novo álbum e estou muito feliz. Há coisas que ouço o tempo todo e quero incorporar ao meu som, ou a busca do mesmo. Tínhamos um curso e fomos mastigando isso, ruminando até. Cansei, dei um basta, a banda se assustou, mas mudei. Espelhei-me na frase e sou grato a isso, “Pela terceira vez tentou por um ponto final, sem perceber criou a ilusão em reticências…” No dia que li isso, senti um soco na cara, desmaiei, criei coragem e mudei tudo. Peguei o que há de mais inusitado e novo e estou trabalhando nisso. Envelheci, preciso beber da fonte da juventude, claro fui a busca dos jovens. Eles são sempre fantásticos com sua inocência e criatividade.

Isso eu te conto depois. É claro que é sobre o novo disco.

Muito também com o falecimento do Shell, muito ou quase tudo mudou dentro de mim. Ele que me criou, eu o chamava de pai. Um pedaço de mim foi embora, meu pedaço contestador, mas que me dava a mão, ria das minhas loucuras e me ajudava a pilotar a nave rumo a galáxia correta.

Mas….. (eu odeio 2 dedos de prosa. A gente vive é pra trocar ideias, vivenciar (rsrsrs) sou falante) … toca Duran Duran, Duran Duran e Duran Duran (rsrsr). Não passo um dia sem ouvi-los, é como respirar. Mas tem Prince, Michael, Frank Sinatra, Michael Buble, The Cult, The Cure, Odair José, Lindomar Castilho, INXS, Paloma Faith, Novidades, bandas e artistas locais, Elizeth Cardoso, Ney Matogrosso, tudo o que é novo, tudo o que é clássico.

Depende do momento e da “pinga” rsrsrsrsrsrs Só não toca jamais, sertanejo ou gente sem vida, música sem alma, gente de plástico, música mentirosa e cafona. Há uma grande diferença entre brega e cafona. Amo o brega, já o cafona, deixemos rsrsrsrs

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