Apesar de não vivenciar o surto de febre amarela, Goiás é região de recomendação da vacina, alerta especialista

As pessoas devem buscar a imunização o quanto antes para evitar uma possível disseminação da doença e, consequentemente, lotações e filas na hora da vacinação

Goiás está fora da relação de lugares com surto de febre amarela, que já matou 25 pessoas nos últimos 30 dias em Minas Gerais, Estado vizinho, e 53 no Brasil desde julho de 2017. No entanto, o risco de surto existe, e Goiás faz parte da lista de regiões com recomendação de vacinação rotineira contra a doença. Ainda assim, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, atualmente a cobertura vacinal está entre 50% e 95% na maioria dos municípios goianos. A sócia da clínica Vacina Express e médica infectologista, dra Carolina Abrão, alerta sobre a importância de se imunizar agora para prevenir riscos futuros.

“Quando temos um problema de saúde pública tão grave como este surto de febre amarela em algumas regiões do país, é preciso se precaver. Se você não se vacinou ou não se lembra de ter se vacinado, essa é a hora de ir atrás, antes que algum caso apareça nas proximidades, afinal, é assim que as lotações e tumultos acontecem”, alerta a médica. Carolina afirma, ainda, que é sempre bom se lembrar das opções quando o assunto é vacina, “tanto a rede pública quanto a privada oferecem a vacina contra febre amarela em Goiás, porém, as clínicas particulares são melhores escolhas quando alguém procura agilidade e conforto, caso a pessoa não esteja disposta a enfrentar filas”, conta.

A funcionária pública Daniella Grace Pereira optou pela vacinação em rede privada por afirmar ser um serviço mais rápido e cômodo. “Eu e minha família nos vacinamos e acredito que seja um investimento que valha a pena, em casos como esse principalmente. Agora estou mais tranquila e acho que é o que todos, que, se não fizeram, deveriam fazer”, conta. A vacina em rede privada pode ser encontrada com valores a partir de R$ 170,00.

Outro problema que deve ser levado em consideração, segundo a dra Carolina, é a falta de informação sobre quem deve se vacinar ou não. “Todos precisam saber que, se receberam uma dose da vacina ao longo da vida, estão imunizados. Mas se não tem como comprovar ou não se vacinou, a imunização deve ser realizada, se não existir alguma contraindicação. Antigamente, havia a indicação de reforço a cada 10 anos, porém, a recomendação atual da OMS, recentemente incorporada pelo Ministério da Saúde, é de que uma dose única comprovada garante a imunidade”, explica. Para gestantes, bebês até nove meses, idosos e pessoas com algum tipo de imunodepressão, a vacinação contra febre amarela está contraindicada. Nesses casos, em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o risco-benefício da vacinação.

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos, não havendo transmissão direta de pessoa a pessoa ou de macacos para pessoas. Existem dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano. Nas cidades é transmitida principalmente por mosquitos da espécie Aedes aegypti. Os sintomas iniciais da doença incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza.

O efeito protetor da vacina ocorre a partir do décimo dia de sua administração, e ela age estimulando o organismo a produzir anticorpos contra o vírus. Portanto, outro aviso importante: quem vai viajar para área de risco, deve se vacinar no mínimo 10 dias antes. (Nathan Sampaio)

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