Begher: A saga de mais duas Guitarras

* por José Maurício para rockontro.org

No princípio de maio de 2014, fui com o Paulo para mais um passeio no planeta do vinil e como de costume, passamos no atelier do Sr. Romeu Begher onde eu iria repatriar minha BR6 original que acabara de ser restaurada. No nosso bate papo, o Sr. Romeu me mostrou as duas últimas guitarras que ele iria construir: uma modelo Rickenbacker 660 (12 cordas), e outra 350 (6 cordas).

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O Sr. Romeu e eu no atelier

Não resisti à coceira e logo quis a 350. Pedi que ele só trabalhasse nela quando estivesse feliz, pois eu não teria pressa nenhuma em vê-la pronta. Era junho de 2014 quando fiz o primeiro depósito referente à minha “Rickenbegher”. Combinamos que ela seria preta no modelo da do John Lennon.

Enquanto ela não ficava pronta, toda vez que ia a São Paulo tinha uma parada obrigatória no atelier da Rua Capote Valente.

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Uma das paredes da luteria Begher

Em uma dessas visitas – já em julho de 2015 – fui com o Fernando pra ele escolher uma guitarra pra ele. Enquanto ele testava as guitarras do paredão eu namorava uma “Rickenbegher” 330 vermelha que já tinha minha simpatia ha algum tempo. Aproveitei pra pedir a opinião do Fernando que havia tocado numa 330 original em Anápolis. A cara de espanto que ele fez bastou pra eu decidir trazer a terceira Begher pro meu acervo.

Quando chegamos ao aeroporto de Goiânia a Begher – ela sempre atrai os artistas – nos fez encontrar com Zezé di Camargo para uma foto.

Fernando Zezé e BR6 nova

Fernando, Zezé di Camargo e eu.

Um ano depois – 9 de julho de 2016 – voltamos, Paulo e eu, à caça dos vinis. Por conta de uma dor nas costas que nem Voltaren, receitado pelo Dias, deu jeito, Paulo voltou para o hotel de taxi.  Fui só à Rua Capote Valente em busca da Rickenbegher preta. Chegando ao hotel recebi o recado que o Marcelo me esperava em frente à casa do Sr. Romeu. Peguei o metrô e voltei. Experimentamos mais duas preciosidades e só saímos de lá quando já estava escuro.

Ao embarcar no avião, de volta à Goiânia, o problema de sempre: Como acomodar a guitarra com segurança? Coloquei a Begher no compartimento superior e fiquei “ajudando” a todos que fossem utilizar o mesmo compartimento pensando sempre no bem estar da guitarra.

O casal rubro-negro

Quase tudo pronto, Paulo na janela, eu na cadeira do meio. Só faltava o passageiro do corredor, e sua bagagem. Que grata surpresa: apareceu um cara com camiseta preta do David Gilmour e cabelos compridos. Que alívio! Contei a ele minha preocupação com a guitarra enquanto guardava o casaco que ele trazia.  Quando ele perguntou se eu tocava, disse que já havia tocado, mas que hoje as guitarras iam todas pro meu filho.

– Ele toca em alguma banda?
– Sim, na La Morsa.
– Você é pai do guitarrista da La Morsa?
– Sim, de um deles. Você conhece essa banda?
– Olha o que estou ouvindo – disse ele me mostrando o celular com um set list que trazia Pink Floyd, Led Zeppelin, La Morsa e Hellbenders – Vi as fotos deles com os Mutantes

O Paulo acabara de receber as fotos do Pedro e o Gustavo – que é o nome do nosso companheiro de viagem – já tinha visto. Falei sobre a entrevista da La Morsa para o Rockontro e Gustavo disse que acessava sempre o blog. Foi quando coloquei o Paulo na conversa:

– Eis um dos “donos” do Rockontro!

Foi um papo tão bom que nem notamos o atraso de quarenta minutos apenas pra decolagem. Um professor de geografia, guitarrista e especialista em pedais. Não falei que a Begher atraía artistas?

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Paulo, eu, “Begher” e Gustavo

 

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