CRER promove curso gratuito para pais e familiares de autistas

Evento será realizada no Dia Mundial de Conscientização do Autismo e inclui palestra do especialista Gustavo Tozzi

(divulgaçâo)

O Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER) celebra o Dia Mundial de Conscientização do Transtorno do Espectro Autista (TEA) com o curso gratuito “Conhecendo o Autismo”, coordenado pelas profissionais da unidade Milena Borges e Rawenna Domingues. O evento, a ser realizado dia 2 de abril (terça-feira), no auditório do CRER, terá início às 8 horas com a palestra “Autismo: do consultório à vida cotidiana”, do psicólogo Gustavo Tozzi, cofundador e diretor do Instituto Ninar. A programação se estende até às 12 horas.

Mestre em Ciências do Comportamento pela Universidade de Brasília (UnB) e diretor pedagógico do Instituto Brasiliense de Análise do Comportamento (Ibac), Tozzi vai tirar dúvidas de pais, familiares e profissionais sobre aspectos do autismo e importância dos tratamentos para o bem-estar e a efetiva inclusão do paciente. O psicólogo contará um pouco de sua experiência no Brasil e na cidade de Harrison (NY, EUA), onde realizou treinamento em Análise do Comportamento Aplicada a Pessoas Autistas, sob atendimento domiciliar.

Número crescente

Recente relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, revela um aumento de 15% no número de crianças que fazem parte do transtorno do espectro autista (TEA), em relação aos dois anos anteriores. Isso significa 1 caso para cada 59 crianças (estimativas de 2014, divulgadas em 2018) contra 1 em cada 68 (estimativas de 2012, divulgadas em 2016). Estima-se que 70 milhões de pessoas no mundo tenham autismo, sendo 2 milhões delas no Brasil.

Para Gustavo Tozzi, o acréscimo no número de casos, no entanto, não significa necessariamente que mais pessoas tenham o autismo hoje do que há alguns anos. “Uma das explicações mais plausíveis para o relatório pode estar no incremento da quantidade de diagnósticos. Até porque é inegável que hoje existem mais informações sobre o quadro clínico, o que eleva a busca por atendimento especializado”, diz.

O psicólogo também aponta melhora do diagnóstico. “Antigamente, para fechar o diagnóstico, as características precisavam ser muito mais marcantes do que se exige atualmente. Os critérios constam no principal manual de transtornos mentais, usado pelos profissionais da saúde, que já está em sua quinta edição”, complementa.

Ainda segundo o estudo americano, crianças que são diagnosticadas precocemente respondem melhor ao tratamento. A idade média de diagnóstico, aos 4 anos, não mudou nos últimos 15 anos. Entretanto, Gustavo Tozzi, garante que, em se tratando de crianças, é possível observar características do espectro autista já em bebês, em maior ou menor grau, como padrões restritos e/ou estereotipados de comportamentos, dificuldades com a comunicação social e alterações sensoriais.

Sinais

Algumas dessas características chamaram a atenção da administradora de empresas Paula Cristina Assis Vasconcelos, 33, mãe de Enzo, 4. “Quando ele tinha apenas 1 ano, viajamos para um resort na praia e notei que ele não interagia com as outras crianças. Fiquei preocupada. Cheguei a levá-lo a uma psicóloga que descartou o autismo. Mas os sinais se tornavam cada vez mais evidentes. Aos 2 anos, apresentava atraso na fala e comportamentos repetitivos, como enfileirar carrinhos e focar demais em bolinhas e rodinhas, além de andar na ponta dos pés”, lembra.

Paula procurou outros profissionais, até que o diagnóstico de autismo foi confirmado. Ela conta que lidou bem com a situação. “Pesquisei tudo o que tinha disponível sobre o assunto. Busquei terapias e ajuda de especialistas daqui e de outros estados. Também optei por dietas que restringem o consumo de glúten e passei a evitar medicamentos alopáticos, principalmente antibióticos, pois afetam profundamente o humor dele, deixando-o mais nervoso. Atualmente, o Enzo faz tratamentos com fonoaudióloga e psicólogos, bem como natação, que ele adora”, relata.

Os tratamentos resultaram em aprendizados importantes para a criança, a exemplo da troca com os coleguinhas e de gestos para pedir água e comida. Ele, que sempre evitou texturas pastosas e molhadas, tanto na alimentação quanto no tato, também passou a aceitar brincadeiras com massinhas e slimes. “É muito desafiante para uma mãe não saber o que seu filho está sentindo. Como não fala, fica difícil identificar se ele está com fome, frio, dor ou sede.  Nesse sentido, os gestos ajudam bastante. Creio que muitos avanços ainda virão. Nunca vou desistir de lutar por melhorias na qualidade de vida dele”, garante.

Instituto Ninar

Fundado em 2013, o Instituto Ninar dispõe de equipe multiprofissional especializada em atendimentos clínicos de pessoas com neurodiversidades, especialmente Transtorno do Espectro Autista, distúrbios de linguagem e quadros assemelhados. O objetivo é desenvolver habilidades importantes que promovam o bem-estar e a inclusão com qualidade. Coordenado pelos psicólogos Gustavo Tozzi e Fabiana Azevedo de Andrade, o Ninar dispõe de unidades em Brasília, Águas Claras, Rio Verde e Goiânia. (Duo Comunicação)

Serviço:

Curso “Conhecendo o Autismo”

Data: 02/04/2019 (terça-feira)

Hora: das 8 às 12 horas

Destaque da programação: Palestra “Autismo: do consultório à vida cotidiana”, do psicólogo Gustavo Tozzi, às 8h

Local: Auditório do CRER

Entrada franca

Mais informações: 62 3232-3138

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