Surge nova vacina para a prevenção da herpes zóster

Com crescimento dos casos, pesquisadores médicos e autoridades de saúde parecem empolgados com uma nova vacina para herpes zoster, doença popularmente conhecida como cobreiro

O herpes zóster, doença infecciosa causada pelo vírus varicela-zoster (o mesmo responsável pela catapora), acaba de ganhar uma nova vacina, a Shingrix. Aprovada no mês passado pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nos Estados Unidos, a vacina ainda não está disponível no Brasil. Segundo o Dr. William Schaffner, especialista em doenças preveníveis da Faculdade de Medicina da Universidade Vanderbilt, onde foi testada, “a vacina tem um índice de proteção inicial espetacular em todas as faixas etárias. O sistema imunológico de uma pessoa de 70 ou 80 anos reage como se ela tivesse apenas 25 ou 30”.

Geralmente adquirido na infância – momento em que a maioria das pessoas manifesta as lesões clássicas da catapora – o vírus varicela-zoster pode ficar dormente no organismo por anos e “acordar” em qualquer fase da vida. Quando desperta, faz surgir dolorosas bolhas em algumas regiões do corpo. De acordo com a médica infectologista e sócia da clínica Vacina Express, Dra. Carolina Abrão, “o vírus fica alojado em gânglios nas regiões do tórax ou do abdômen e um dia, por causa da queda da imunidade ou porque a pessoa está mais velha, ele reativa como herpes-zoster”, explica. Mesmo aqueles que não tiveram catapora na infância podem desenvolver a doença na vida adulta. “Não precisa ter tido a doença, basta contato com o vírus. E a população brasileira é muito exposta a ele – 94% já tiveram contato com o varicela-zóster”, afirma Carolina.

A Shingrix tem esquema em duas doses que devem ser administradas com pelo menos dois meses de intervalo, e a aplicação é dolorosa. Por estes motivos, e pela dificuldade em fazer a população idosa se vacinar, defensores da saúde pública preveem alguns problemas potenciais em adquirir esta vacina. Porém, nos estudos a vacina prometeu ser 30% mais eficiente do que a vacina atual. “O objetivo, quando a vacina estiver disponível, é uma forte campanha de conscientização. Afinal, quem conhece pessoas que já tiveram a doença, sabe como ela é sofrida”, diz Carolina.

Os órgãos reguladores ainda não têm 11 anos de dados sobre a Shingrix, mas em algumas amostragens, ela permaneceu eficaz por seis anos ou mais, segundo a GSK, companhia farmacêutica multinacional britânica. Isso também deve reduzir a incidência de neuralgia pós-herpética, desde que os 42 milhões de pessoas na faixa dos 50 anos comecem a se vacinar.

Idosos

É um dos grupos que mais correm risco de desenvolver a doença que, dependendo do local de acometimento, pode causar ameaça à visão e dores intensas (neuralgia) que podem durar meses ou até anos. Porém, a nova vacina protege tão bem os idosos quanto as pessoas de meia-idade. A Shingrix acumula eficácia de 97 por cento em quem tem mais de 50 anos; em estudo separado com pessoas com mais de 70 anos, ela preveniu 90 por cento dos casos de herpes até de quem tinha bem mais de 80. (Nathan Sampaio)

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