Ponto Zero – José Patrício, com a curadoria de Adolfo Montejo Navas, cria uma peça site specific no ambiente expositivo
Parte do projeto Desdobramentos – Acervo em Expansão, a exposição Ponto Zero – José Patrício traz obras do repertório do artista José Patrício (Recife/PE, 1960), e apresenta uma instalação inédita Ponto Zero, uma intervenção site specific, no Sesc Santo Amaro a partir de 8 de abril. A exposição tem curadoria do poeta e crítico de arte madrileno Adolfo Montejo Navas.
As quatro obras que vieram compor a mostra revelam as combinações, o uso de materiais improváveis e a racionalização na elaboração das peças. Cores, geometria construtiva, modulações são os artifícios criativos que atingem à experiência visual. E os trabalhos do artista plástico que integram o acervo da Unidade, compostos de pastilhas arquitetônicas, nas suas estruturas modulares, alcançam o movimento, o ritmo, e, principalmente, um cromatismo saliente, marca pictórica na trajetória de José Patrício. Localizados em frente ao Espaço das Artes, onde a exposição se apresenta, os trabalhos somam com as outras peças, revelando ainda mais os artifícios criativos do artista pernambucano.
Para Adolfo Montejo, além dos cálculos e valores musicais, como os ritmos junto à saliência cromática, as obras dizem muito mais de uma apreciação sedutora, deleite visual. Assim, inserem-se numa poética, em uma tradição estética “(…) A onipresente ars combinatoria de ordem e caos, de José Patrício, defende-se sempre com um alto grau de estruturação e variantes; a rigor, herança metabolizada das duas poéticas neoconstrutivas mais importantes da história artística do Brasil, o concretismo e o neoconcretismo”, relata o curador.
PONTO ZERO
A partir de um ponto zero, um vazio, no centro das estruturas a intervenção no ambiente proposta na obra Ponto Zero remete ao magnetismo, relativo ao movimento de expansão visual, crescente e ao mesmo tempo decrescente. A estrutura se volta ao espaço, sobre o piso do Espaço das Artes e delineia-se um quadrado negro, com um ponto vazio no centro, sobre uma superfície branca. Ao contrário do piso, na parede negra, um quadrado branco, com outro ponto vazio, tudo feito com pastilhas arquitetônicas.
A informação visual é detida do crescimento da estrutura, de certa forma, do ponto vazio no centro, emoldurado com as pastilhas arquitetônicas “onde tudo começa, onde tudo termina”. Ampliação infinita, mesmo fisicamente elaborada no ambiente, das combinações numéricas, atinge a percepção do público visitante, evidencia locus da projeção planejada por José Patrício. Ponto Zero é peça inédita no repertório do artista, que se volta para espaço, desse modo, um site specific.
Entre as obras do repertório exposta no Sesc Santo Amaro vemos as peças Obra Cega (2014), Obra Cega II (2015), feitas de tachas de cobre, pregos de latão sobre madeira, essas duas obras dizem da combinação construtiva e o uso de material improvável, como artifício criativo. Já as peças Pregos Decrescente e Pregos Crescente, ambas de 2010, situam-se na expansão infinita, na combinatória numérica e muito mais nas modulações cromáticas explicitadas no engenho artístico do movimento rítmico crescente e decrescente. Os painéis Progressão Cromática Crescente e Progressão Cromática Decrescente, que são parte do acervo permanente do Sesc Santo Amaro, também são estruturas modulares cromáticas em espiral como símbolos de vida e crescimento, e datam de 2011. Todas essas peças dialogam pela moldura do ponto vazio que parte do zero e expande o olhar.
A quarta edição do projeto Desdobramentos – Acervo em Expansão cria oportunidades para o público encontrar obras de artistas que compõem o Acervo Sesc de Arte Brasileira, no intuito de ampliar a expriência de visualização e fruição. No Sesc Santo Amaro, a proposta é expandir o encontro das pessoas com outras obras dos artistas que já expõem seus trabalhos permanentemente na Unidade.
JOSÉ PATRÍCIO
José Patrício nasceu em 1960, no Recife, onde vive e trabalha. Participou de bienais como a 22ª Bienal de São Paulo (1994) e a 3ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, em Porto Alegre (2001), ambas no Brasil; e a 8ª Bienal de Havana, Cuba (2003). Suas obras fazem parte de coleções como a da Fondation Cartier pour L’Art Contemporain, Paris, França; Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães, Recife, Brasil; Fundação Joaquim Nabuco, Recife, Brasil; Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador, Brasil; Itaú Cultural, São Paulo, Brasil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil; e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro / Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro, Brasil. (ASSESSORIA DE IMPRENSA SESC SANTO AMARO)
PARA ROTEIRO
PONTO ZERO – JOSÉ PATRÍCIO. Abertura dia 8 de abril, sábado, a partir das 11h, no Espaço das Artes, 1º andar. Bate-papo com artista plástico José Patrício, às 12h, no dia 8 de abril.
HORÁRIO DE VISITAÇÃO – Terça a sexta, das 10h30 às 21h. Sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h. Livre. Grátis. Até 30 de julho de 2017.
SESC SANTO AMARO
Endereço: Rua Amador Bueno, 505, Santo Amaro
Acessibilidade: universal.
Bilheteria e horário da unidade: Terça a sexta, das 10h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30.
Estacionamento da unidade: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional (Credencial Plena); R$ 12,00 a primeira hora e R7$ 3,00 por hora adicional (outros).
Disponibilidade: 158 vagas para carros e 36 para motos. A unidade possui bicicletário gratuito.