Patricia Finotti

Kasane

Entre os prejuízos para a saúde estão surgimento de tumores, danos pulmonares como fibrose, doenças inflamatórias, cardiovasculares e até mesmo distúrbios neurológicos 

Pelo menos 1 a cada 5 jovens de 18 a 24 anos usa cigarros eletrônicos no Brasil, ou seja, 19,7%, de acordo com o relatório Covitel, divulgado em abril deste ano. O cigarro eletrônico surgiu como uma alternativa ao cigarro convencional. Com a propaganda que era menos nocivo à saúde, logo caiu no gosto popular, principalmente dos jovens. Porém, o que já se sabe é que o cigarro eletrônico pode causar danos iguais ou até piores que o cigarro normal. Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por votação unânime, aprovou o relatório que manteve a proibição, a importação e a propaganda dos dispositivos eletrônicos para fumar. 

No mês em que se promove a Campanha Agosto Branco, que conscientiza sobre a prevenção do câncer de pulmão, o médico oncologista do Hemolabor, Francisco Borges Filho, alerta sobre os riscos da popularização do vape, o famoso cigarro eletrônico, tem uma adesão muito grande na população jovem. “A decisão da Anvisa foi muito acertada. O cigarro eletrônico, ao contrário do que muitos pensam, é nocivo à saúde, tem a capacidade de causar problemas respiratórios, inflamatórios no pulmão e está relacionado a problemas crônicos e surgimento de tumores. Por apresentar uma aparência mais agradável, ele tem crescido a adesão entre os jovens, que podem ter problemas de saúde a curto prazo”, alerta. 

Alguns famosos relataram problemas com o uso do cigarro eletrônico, como o cantor sertanejo Zé Neto, que faz dupla com Cristiano, que declarou que estava com uma mancha com aspecto de vidro fosco nos pulmões, o que causou falta de ar, atrapalhando o artista durante os shows. A cantora de forró, Solange Almeida, revelou que quase perdeu a voz por conta do uso do dispositivo.  

O cigarro eletrônico é um dispositivo com o formato de um cigarro convencional ou caneta, que contém uma bateria, geralmente de íon-lítio, e um depósito onde é colocado um líquido concentrado de nicotina, que é aquecido e inalado. Além da nicotina, o líquido possui produtos solventes como água, propilenoglicol, glicerina e aromatizantes para dar sabor. 

Francisco explica que como não existem muitos estudos sobre os malefícios do vape, existe a falsa impressão que ele não faz mal. Porém, vários casos nos EUA e também no Brasil estão sendo relatados, de pessoas com problemas graves de saúde. “Já se sabe que as substâncias desse tipo de cigarro causam danos pulmonares. Ele contém nano partículas de metais pesados, solventes e outros químicos que podem causar além de doenças inflamatórias, fibrose pulmonar, também doenças cardiovasculares e distúrbios neurológicos” avalia. 

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