Em sua primeira edição, o evento homenageia dois grandes nomes das artes cênicas mundiais:
o ator Júlio Adrião, que com o espetáculo A Descoberta das Américas conquistou diversos prêmios no Brasil e no mundo, e o autor do texto desta mesma obra, o comediante italiano Dario Fo, que faleceu em outubro de 2016.
Neste mês de fevereiro, entre os dias 08 e 18, o Teatro SESC Centro recebe o 1º Festival de Internacional de Solos em Goiás. O evento foi concebido pelo ator Bruno Peixoto, do Teatro GTI, e conta com recursos do Fundo de Arte e Cultura de Goiás. Também são parceiros: F2 Produções; Plano V Eventos e Cultura; WD Som e Iluminação; e o SESC Goiás. Os ingressos serão vendidos na bilheteria do Teatro Sesc Centro ou pelo site: www.bilheteriadigital.com.
Teia de trama forte
Com uma agenda de 12 espetáculos, sendo 3 internacionais (México, Colômbia e Argentina), 5 nacionais (RJ, DF, SP e SC) e 4 goianos, uma programação que conta com artistas como Letícia Sabatella, Guido Campos Correa, Andrea Padilha, Victor Avalos, José Regino, Angélica Nieto, e com espetáculos e shows que vão do drama à comédia, passando pelo teatro para bebês e pelo teatro ritual, e chegando até a dança contemporânea, o FISGO tece uma trama de ricos fios do universo cênico contemporâneo.
O Festival Internacional de Solos em Goiás transforma Goiânia, durante seus 10 dias, em um oásis para artistas que desenvolvem trabalhos de maneira solo, criando ambiência para o debate, para a apreciação, para o aprendizado de novas técnicas, de trabalhos que pensam na cena sendo preenchida por um único intérprete ou performer. Provocar a interação e o diálogo entre artistas locais, nacionais e internacionais, garantir formação de público e de artistas, amparados na apreciação e na participação em oficinas e aulas, são parte desta empreitada.
O FISGO é também um projeto que pretende se tornar perene na agenda cultural do estado, contemplando principalmente os primeiros meses do ano, que para a produção cultural são meses de pouca circulação de conteúdos.
Quebrando Paradigmas
Não se tratam de espetáculos com grandes cenários. Não estão sendo convidados elencos numerosos e corais majestosos. Não haverá trocas e mais trocas de figurinos, de maquiagens, de próteses, com palcos giratórios e shows pirotécnicos de iluminação. Não é nada disso que irá encantar o espectador de Goiânia nesses 10 dias de espetáculos minuciosamente escolhidos. Trata-se de mostrar ao grande público o preciosismo e o esmero de trabalhos e de artistas que optaram por desenvolver uma obra de forma individual, e que para isso tiveram que quebrar preconceitos e paradigmas. Trata-se de colocar em cena o que há de mais visceral na representação de um ator: sua solitária busca pela empatia do público.
Segundo o coordenador geral do FISGO, o ator Bruno Peixoto, existe sim uma marginalização do formato solo ou do monólogo: “Os espetáculos solo sofrem certo preconceito, principalmente por um senso comum, de que a presença de um único intérprete torna a obra entediante. Normalmente isso ocorre porque a pessoa tem algum tipo de experiência que não foi satisfatória, já que esse tipo de trabalho realmente precisa ser feito com muita dedicação e muita força, pra poder encantar e seduzir o público. E ele precisa ser redondo, precisa ser feito com muita profundidade, pra que as pessoas realmente tenham uma experiência estética favorável pra esse tipo de formato. É isso que queremos trazer pro nosso público. Trabalhos que garantam essa experiência impactante, e amistosa, do ponto de vista da apreciação.”
Júlio Adrião – o homenageado
Julio Adrião, 1960, é carioca, ator, produtor e diretor teatral. Formado pela CAL em 1986, trabalhou seis anos na Itália com o Teatro Potlach e outras companhias. De volta ao Brasil, em 94, dirigiu o espetáculo de circo-teatro Roda Saia, Gira Vida do Teatro de Anônimo – Prêmio Mambembe de melhor espetáculo 1995 – e a ópera cômica O elixir de Amor, de Donizetti, na escola de música da UFRJ, com direção musical de Ernani Aguiar. Integrou o trio cômico Cia. do público desde a sua formação até 2002, quando realizaram Ruzante. Nesta ocasião, criou com Sidnei Cruz e Alessandra Vannucci o núcleo de produção Leões de Circo Pequenos Empreendimentos. Em 2005, com o solo narrativo A descoberta das Américas, de Dario Fo, ganhou o Prêmio Shell/RJ de melhor ator. Em 2007, participou da Mini-Série Amazônia, da Rede Globo, no papel de Távora – professor de Chico Mendes criança. Em 2008 participou do Filme Verônica, de Maurício Farias, no papel do traficante Rui e, em 2009, foi convidado pela Nat Geo – (Inglaterra) para o papel do traficante John, na série Locked Up Abroad – Brazil (Férias na prisão). Ainda em 2009, participou do longa Sudoeste, com direção de Eduardo Nunes, no papel de Sebastião. Em 2010, foi o Governador Gelino, em Tropa de Elite 2 e o Dr. Guido, em A Quente, A Frio, de Juliana Reis. Em 2011, escreveu, em parceria com o Ator gaúcho Carlinhos Tabajara, e dirigiu a farsa O casamento de Hermelinda, com o Grupo Timbre de Galo, de Passo Fundo (RS).
A Descoberta das Américas contabiliza 11 anos de estrada. Desde sua estreia em 2005 no Rio de Janeiro, já percorreu mais de 100 cidades no Brasil, mais de 15 no exterior, fez mais de 500 apresentações e teve cerca de 250 mil pessoas de público. O ator Júlio Adrião, dirigido por Alessandra Vannucci, é o responsável pelas longas palmas recebidas do público ao final de cada apresentação, como no Festival MITO, realizado em Oeiras, onde durante 10 minutos foi ovacionado pela plateia. Quando estreou, em 2005, Júlio Adrião recebeu o Prêmio Shell de Melhor Ator e a peça foi eleita pelo jornal O Globo como uma das dez melhores do ano. De lá para cá, A Descoberta das Américas já esteve em inúmeros países e festivais. Em 2012, representou o Brasil em Londres, no CASA Latin American Theatre Festival, se apresentou no FITO – Festival Internacional de Teatro da cidade de Ourense, na Espanha. Em Portugal esteve na Mostra Luso Brasileira (em Coimbra), no Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI) e antes disso, brilhou no festival MITO, realizado na cidade de Oeiras. (Ana Paula Mota)
SERVIÇO:
Teatro/Musical:
1º FISGO – Festival Internacional de Solos em Goiás
Datas: 8 a 18 de fevereiro de 2017
Local: Teatro SESC Centro (Rua 15 c/ Rua 19, Centro). Tel.: 62 3933-1700.
Ingressos normais: R$ 7,00 comerciários e dependentes / R$ 20,00 inteira / R$ 10,00 meia-entrada / R$ 7,00 conveniados com carteira do SESC
Ingresso diferenciado para o espetáculo Ternas Experimentações: R$ 70,00 inteira / R$ 35,00 meia / R$ 40,00 comerciários.
Venda: Bilheteria do Teatro SESC Centro ou https://www.bilheteriadigital.com/teatrosesccentro
Mais informações: 62 3933-1700.