Patricia Finotti

(divulgação)

Jornalismo Basileu França

Sob coordenação geral de Solange Amarilla, mostra reúne trabalhos dos alunos das áreas de Artes Visuais e Produção Cênica do Basileu França

                A exposição “Performatividades Drag: as cores e a força da arte”, um projeto da professora da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França, Solange Amarilla, do produtor cultural e diretor do DIGO (Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás), Cristiano Sousa, e do fotógrafo Chris, The Red, pode ser conferida até esta quarta-feira (30), das 08h às 18h, na Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas de Goiânia. A mostra integra o DIGO e acontece também por meio online, podendo ser visitada pelo site performatividadesdrag.com.br.

              A proposta para que a exposição pudesse compor o Festival surgiu em 2020, quando Solange Amarilla teve a ideia de tornar o projeto presencial e cênico, sugerindo ao Cristiano Sousa a participação dos alunos. Dessa forma, deu-se início aos trabalhos, sendo necessário, contudo, que esperassem até o início de 2021 para que pudessem terminar de montar a exposição.   

                A mostra reúne figurinos, adereços e maquiagens produzidos pelos alunos dos cursos de Adereços de Cabeça (Artes Visuais) e de Processo de Criação de Caracterização – Maquiagem e Caracterização – Figurino (Superior de Tecnologia em Produção Cênica) do Basileu França. Dessa forma, Solange Amarilla utilizou, com os estudantes, o Método de Projetos, que consiste na investigação de um tema previamente selecionado, exigindo planejamento, execução, coleta e organização de dados, sistematização e apresentação dos resultados. “Trabalhamos em conjunto o mesmo projeto. Os alunos de Figurino e Maquiagem tiveram como avaliação final os croquis para aqueles que se predispuseram a materializar o resultado final. Os alunos de Artes Visuais desenvolveram todo o processo, do croqui ao produto final”, explica.  

        De acordo com a professora, as produções foram baseadas nas “Cavalhadas de Pirenópolis”. Isso porque, para ela, é importante enaltecer a cultura tradicional, bem como a diversidade de tal cultura, fazendo com que os alunos possam se aprofundar nessas raízes culturais, uma vez que a maioria nasceu na região do Cerrado brasileiro. Assim, visando aliar a parte cênica do projeto, Solange Amarilla optou por trabalhar com as drags. Por se tratar de uma festa tradicional e folclórica, após os estudos foi possível associar a riqueza de detalhes, como as cores, o exagero e o reconhecimento visual já existente.      

                Para a profissional, o uso de figurinos drags na exposição constitui um benefício para uma população que, ainda nos dias atuais, tem dificuldade em transpor um limite já estabelecido: o do preconceito. “O trabalho desenvolvido por pessoas conscientes de seu papel na sociedade é um projeto também de inclusão através da arte. Uma produção que ultrapassa o contato físico e trabalha com uma maneira de educar, de participar de um espaço que dignifica e defende os Direitos Humanos. A cultura precisa circular dignamente em todos os territórios e ser representada por e para todo o seu povo”, pontua Solange Amarilla.

              Em virtude da pandemia, a materialização do projeto se deu por meio online. As aulas, assim como as reuniões com todos os envolvidos e até mesmo as fotos, de autoria de Chris, The Red, foram feitas de forma virtual, uma vez que o fotógrafo reside em São Paulo. 

           Segundo Cristiano Sousa, a exposição “Performatividades Drag: as cores e a força da arte” foi pensada para o DIGO, visando abranger o polo que o Festival se tornou como discussão da diversidade em Goiás e em todo o Centro-Oeste, alcançando, ainda, outros territórios nacionais e internacionais. “O DIGO é o primeiro festival de cinema que tem uma mostra competitiva e o alcance do Festival é muito grande no Brasil. Então, através da proposta que a professora Solange Amarilla fez, eu procurei o Chris, The Red, que é colaborador do DIGO e já participou conosco de exposições, e aí nós lançamos o desafio de fazer essas fotos à distância, nesse momento de quarentena, aproveitando toda essa beleza que a exposição traz para o Festival”, revela.

              Em meio ao contexto pandêmico, portanto, foi preciso reajustar a realização da mostra que, anteriormente, foi pensada para que acontecesse de forma presencial. “Mesmo com a pandemia nós não desistimos. Pensamos a melhor forma de expor e de mostrar todo esse trabalho, que também reflete muito o que o Festival quer repassar para o público, que são as raízes goianas, a criatividade e a beleza que existe em Goiás e das pessoas que produzem arte em Goiás. E aí surgiu essa oportunidade na Secretaria de Direitos Humanos e nós encontramos o espaço ideal, porque além de ser um espaço amplo e interessante, tem uma movimentação de pessoas interessadas em Direitos Humanos, trazendo mais visibilidade para a questão LGBTI+ e para a questão da diversidade, que é algo que precisamos muito nesse momento”, comenta Cristiano Sousa.

              A mostra é realizada em comemoração ao mês do Orgulho LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais), em que foi celebrado, nesta segunda-feira (28), o Dia Internacional do Orgulho LGBTI.

Serviço

Exposição de figurinos, adereços e maquiagens

Data: até quarta-feira (30)

Horário: das 08h às 18h

Local: Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas de Goiânia, situada à Rua 99, n° 66, Setor Sul e no site: performatividadesdrag.com.brEstou à disposição para mais informações!    

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