
Imprensa Interativa
Arte, território, memória e cultura popular são o eixo da exposição Não vou negar: artes visuais, território e música sertaneja, que acontece no Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (CCUFG). A mostra reúne trabalhos de 30 artistas, em sua maioria radicados em Goiás. Este conjunto de obras forma um amplo retrato da produção artística atravessada por sonoridades e contradições da música sertaneja. Entre os destaques estão trabalhos de artistas reconhecidos como Siron Franco, Antônio Poteiro, Nazareno Confaloni e Octo Marques, além de talentos da nova geração, como Benedito Ferreira, Emilliano Freitas, Cássia Nunes e Verônica Santana.
A exposição propõe um percurso visual que dialoga com o universo da música sertaneja — desde sua raiz caipira até suas expressões mais atuais — como linguagem estética e como dispositivo simbólico que questiona a ideia de território, pertencimento e identidade. Segundo o curador, “O peso cultural da música sertaneja em Goiás e no Brasil é incontestável e a exposição procura pensá-la sem idealização nem desprezo, mas de forma crítica. A mostra visa desmistificar os estereótipos que cercam o gênero. “Queremos evidenciar sua potência como linguagem artística que mobiliza sentidos, expressa contradições e atravessa diferentes campos da produção simbólica, incluindo a arte contemporânea”.
Passado e presente
A exposição também propicia o encontro entre artistas de diferentes gerações, linguagens e percursos. Um dos destaques é uma série inédita de cinco fotografias do fotógrafo goiano Samuel Costa, falecido em Goiânia em 1987. Realizadas em Trindade (GO) no mesmo ano de sua morte, as imagens mostram um pequeno estúdio de rua montado durante as procissões católicas da cidade. “As imagens demonstram não apenas a relação do fotógrafo com as tradições, mas também sua capacidade de perceber o mundo com generosidade e delicadeza”, comenta o curador da mostra, Paulo Duarte-Feitoza.
Entre os nomes da nova geração, a artista Verônica Santana apresenta uma série de pinturas que representam duplas de travestis que cantam sertanejo. Em seu imaginário, a artista propõe uma fabulação visual que desestabiliza os códigos normativos do gênero e afirma outras formas de corporeidade, desejo e expressão popular, questionando o conservadorismo historicamente associado ao estilo.
A curadoria é assinada por Paulo Duarte-Feitoza, pesquisador e professor da Faculdade de Artes Visuais da UFG, cuja investigação se dedica às articulações entre arte contemporânea, cultura visual e patrimônio imaterial. Para o curador, a mostra Não vou negar não pretende ilustrar a música sertaneja, mas colocá-la em primeiro plano, viva e em profundo diálogo com o público das artes visuais”.
Participam da exposição os seguintes artistas: Ana Flávia Marú, Antônio Poteiro, Barranco Ateliê, Benedito Ferreira, Camila e Thiago, Cássia Nunes, Chico Silva, Diego Oliveira, Divino Diesel, D. J. Oliveira, Elinaldo Meira, Emilliano Freitas, Glauco Gonçalves, Isabella Brito, Manoel Gomes, Nazareno Confaloni, Octo Marques, Paulo Fogaça, Pitágoras, Rafael de Almeida, Renato Reno, Robin MacGregor, Rossana Jardim, Sáida Cunha, Samuel Costa, Siron Franco, Talles Lopes e Verônica Santana.
A exposição permanece em cartaz até o dia 28 de junho de 2025, com entrada gratuita e classificação indicativa A12.
SERVIÇO
Exposição: Não vou negar: artes visuais, território e música sertaneja
Período de visitação: até 28 de junho de 2025, das 9h às 17h
Local: Centro Cultural da UFG (CCUFG)
Endereço: Av. Universitária, 1533 – Setor Universitário, Goiânia (GO)
Horário de visitação: Segunda a sábado, das 9h às 17h
Entrada gratuita
Classificação indicativa: 12 anos