Patricia Finotti

Conteúdo Comunicação / Isadora Bertolini 

Inaugurada no dia 13 de maio, a série Ideias, promovida pelo Sesc São Paulo por intermédio de seu Centro de Pesquisa e Formação (CPF), busca incentivar o debate e a reflexão no contexto desafiador em que nos encontramos. As transmissões acontecem sempre às 16h, pelo canal do YouTube do Sesc São Paulo, e ficam disponíveis para acesso posterior. Na conferência virtual, debatedores e um mediador apresentam uma temática para troca de ideias e o público pode interagir com perguntas que são repassadas aos palestrantes.

Neste final de semana, tem bate-papos sobre o contexto político brasileiro durante a pandemia a partir de um texto escrito por Hélio Oiticica em 1969, na sexta-feira; a importância da brincadeira e do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), como parte da programação da Semana Mundial do Brincar 2020, no sábado; e como a pandemia causada pela Covid-19 afeta de modo profundamente desigual as diferentes raças, gêneros e classes sociais, principalmente no Brasil, no domingo.

PROGRAMAÇÃO IDEIAS #EMCASACOMSESC

22 de maio, sexta-feira – 16h
Brasil Pandemia: pensamento crítico em tempos de Covid-19

Em 1969, sob as botas da ditadura militar, Hélio Oiticica escreveu um ensaio-manifesto que chamou de “Brasil Diarreia”. Nele, se perguntava como “enfrentar o surrealismo brasileiro” cuja “formação diarreica” era baseada na falta de “caráter”, na “convi-conivência (doença típica brasileira)”. A cultura brasileira precisa de “aspirina” ou de “cura”, ele também se perguntava. E escolhia a cura da doença. A cultura brasileira precisaria voltar a se reinventar, deglutindo o bom alimento internacional e o experimentalismo construtivo que poderia curar a diluição da matéria nacional doente que descia pelos esgotos de nosso absurdo.

Cinquenta anos depois, novamente sob a espreita de uma ditadura furtiva, muitos veem o país atravessado pelos mesmos processos, perdendo definitivamente sua ambição de construir, livre e experimentalmente, um futuro bom. O debate partirá dessas questões para confrontar leituras e interpretações de um novo mal-estar brasileiro que assola, ou sepulta, o sonho do país do futuro.

Participantes:
Francisco Alambert – Paulistano, é doutor em História pela USP, onde leciona História Social da Arte e História Contemporânea. Historiador e crítico de arte, colabora em diversos jornais e revistas do país. Escreveu Bienais de São Paulo: da era do Museu à era dos curadores (que recebeu o prêmio Jabuti em 2004), MASP-70 anos (2019), e é co-autor, entre outros, de Sobre a arte brasileira (2015) e Viagem Incompleta (2000).

Tiago Ferro – Nasceu em São Paulo, Brasil, em 1976. Editor e escritor, é um dos fundadores da editora de e-books e-galáxia e da revista de ensaios Peixe-elétrico. Colabora regularmente com textos sobre cultura para as revistas piauí, Cult, Serrote e Suplemento Pernambuco. Mestre em história social pela Universidade de São Paulo, atualmente pesquisa a obra do crítico literário Roberto Schwarz no programa de doutorado da mesma universidade.O pai da menina morta, seu romance de estreia, venceu o Prêmio Jabuti categoria romance e o Prêmio São Paulo de Literatura 2019 categoria romance de estreia.

Mediação:
Lidiane Soares Rodrigues – Historiadora e socióloga, tem pós-doutorado na Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales/Paris (EHSS) e leciona na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). No domínio da sociologia da cultura, tem investigado a produção e o público de intelectuais midiáticos, ideologicamente à esquerda e à direita; além de coordenar uma pesquisa sobre as práticas culturais, arranjos domésticos e sentimentos ligados à Pandemia atual

23 de maio, sábado – 16h
Sesc na Semana Mundial do Brincar: Brincar entre o Céu e a Terra

O Sesc São Paulo promove um bate-papo sobre a temática da Semana Mundial do Brincar 2020, que traz o devaneio, a imaginação e a criatividade da criança como meio propulsor do brincar em tempos tão complexos, que já o eram antes e ainda mais agora durante a pandemia de Covid-19. Trata também de homenagear os 30 anos do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), exaltando um dos seus mais importantes artigos sobre o Direito da Criança de Brincar.

Participantes:
Letícia Zero – Atualmente coordenadora da Secretaria Executiva da Aliança pela Infância. Com experiência em planejamento e gestão de projetos sociais e culturais. Trabalha com e pela infância há mais de 10 anos, tempo no qual vêm observando tanto as crianças quanto as hortas, e aprendendo que olhar o céu é fundamental para se encantar pela infância e garantir os seus direitos.

Pedro Hartung – advogado especialista em direitos da criança, coordenador no Alana e doutorado pela USP, com pesquisa em Harvard/EUA e no Instituo Max Planck/Alemanha.

Mediação:
Elisama Santos – Psicanalista, escritora e consultora em Comunicação Não Violenta e Disciplina Positiva. Além do livro “Educação Não Violenta” (2019), sucesso de crítica e vendas, ocupando a lista dos livros mais vendidos em seu segmento, também é autora de “Por que Gritamos?”, lançado em maio de 2020.

Dia 24 de maio, domingo – 16h
Os impactos desiguais da Covid-19

As professoras Heloisa Buarque de Almeida, Marcia Lima e Ana Paula C. Simioni propõem uma conversa sobre o modo desigual com que a pandemia causada pelo Covid-19 afeta as pessoas. Procuramos compreender como variáveis como raça, gênero e classe, podem se sobrepor, pesam sobre pessoas e grupos sociais, especialmente no Brasil.

Participantes:
Heloisa Buarque de Almeida – Professora da USP, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Doutora em Ciências Sociais pela Unicamp. Atualmente Pesquisa nos seguintes temas: gênero, mídia, consumo, família, corpo, violência de gênero.

Márcia Lima – Professora de sociologia da USP e pesquisadora do CEBRAP. Realizou pós-doutorado na Columbia University e foi visiting fellow no Hutchins Center for African and African American Studies em Harvard.

Mediação:
Ana Paula Simioni – Docente do IEB-USP, onde é também líder do grupo de pesquisa sobre “Arte e poder no Brasil”. Autora do livro “Profissão artista: pintoras e escultoras acadêmicas brasileiras” (Edusp/ Fapesp, 2008).

+ Sesc Digital
A presença digital do Sesc São Paulo vem sendo construída desde 1996, sempre pautada pela distribuição diária de informações sobre seus programas, projetos e atividades e marcada pela experimentação. O propósito de expandir o alcance de suas ações socioculturais vem do interesse institucional pela crescente universalização de seu atendimento, incluindo públicos que não têm contato com as ações presenciais oferecidas nas 40 unidades operacionais espalhadas pelo estado. Por essa razão, o Sesc apresenta o Sesc Digital, sua plataforma de conteúdo!

Saiba+: sescsp.org.br

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