Busca por aprimoramento profissional agrega valor à experiência e dedicação da terceira idade no mercado

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente mais de 17 milhões de famílias no País têm um idoso como chefe da casa. A pesquisa, realizada em abril deste ano, também revela que, dos 15 milhões de idosos no Brasil, 4,5 milhões são economicamente ativos. Durante períodos de instabilidade econômica, homens e mulheres da terceira idade, mesmo já aposentados, retomam ao mercado de trabalho para auxiliar no complemento de renda da familiar e continuar obtendo vantagens como plano de saúde e ticket de alimentação. A atualização de conhecimentos e aprendizado constante são motivações adicionais para esse grupo.
A vontade de continuar trabalhando, a boa forma física, a saúde e disposição são características de muitos idosos. Com qualidade de vida e aprimoramento constante, a preocupação é se manterem profissionalmente atrativos para o mercado de trabalho. Esse é o caso da assistente administrativa Maria José Pessoa Bezerra da Costa, de 64 anos. Ela é funcionária da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) há 28 anos. “Eu trabalho desde nova, antes de entrar na Maternidade, já trabalhava, e eu amo isso. É muito bom me sentir útil. Se eu ficasse em casa, iria ficar o tempo todo procurando por coisas para ocupar minha cabeça”, diz.
Todos com idade igual ou superior a 60 anos passam a fazer parte do grupo da “melhor idade”. O termo é um eufemismo usado no Brasil para os cidadãos pertencentes à chamada terceira idade ou, mais apropriadamente, aos idosos. Independentemente do tipo de linguagem adotada para suavizar a expressão, essa fase da vida é uma das mais sublimes porque a maioria das experiências, tanto pessoais quanto profissionais, já foram vivenciadas.
Este grupo leva consigo uma carga enorme de conhecimento e maturidade e, mesmo com algumas limitações físicas, muitos continuam trabalhando e mantendo sua participação ativa em questões civis, econômicas, sociais e culturais. A experiência e a disposição contam muito para a contratação de pessoas com essa faixa etária. Outro ponto favorável a esse público é a falta de mão-de-obra qualificada dos mais jovens e também o amplo conhecimento técnico dos idosos na área de atuação profissional.
Maria José não só continua no mercado de trabalho como também faz questão de sempre buscar por cursos de profissionalização para se sentir mais capacitada a realizar sua função, como o de Enfermagem, Português e Informática. “Ninguém nunca me pediu para fazer aulas aqui. Eu faço porque gosto e me sinto bem”, relata a assistente. Ela aplica tudo o que aprende no local de trabalho. “O curso de Atendimento ao Público foi um dos melhores, pois eu pude colocar em prática. Faço questão de dar todo o acolhimento necessário às pacientes que chegam à MNSL. Muitas acham que a unidade é particular, justamente pelo tratamento que elas e seus familiares recebem”, destaca.
Por tudo isso, Maria José é vista entre os colegas de trabalho como um exemplo de coragem, determinação e entusiasmo. O diretor administrativo da MNSL, Sandro Estrela, elogia a força de vontade de Maria José. “A iniciativa dela de trabalhar mesmo quando já poderia estar aposentada e de procurar se qualificar para melhor atender quem procura a unidade, deve servir como lição”. Para ele, algumas pessoas estão acomodadas, faltam iniciativa e motivação para buscar a profissionalização. “O atual cenário econômico é um grande incentivo e mostra que existe oportunidade de trabalho para quem tem qualificação”, avalia. (Bastidores – Assessoria de Comunicação)