Através da educação continuada, quatro turmas da equipe multiprofissional da unidade do Governo participaram do treinamento que tem como objetivo aprimorar as práticas assistenciais
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a queda é a segunda maior causa de morte acidental no mundo, responsável por 424 mil óbitos/ano, entre as quedas que não causam morte, 37 milhões requerem cuidados especializados de saúde. Pacientes hospitalizados apresentam maior risco de quedas, devido a vários fatores, como instabilidade devido a doença e ambiente desconhecido, por exemplo.
Por esses motivos, a prevenção de quedas tem se tornado uma questão prioritária na área da saúde, sendo uma das metas internacionais de segurança da OMS e um dos protocolos do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Visando reforçar a importância da conscientização sobre a cultura de segurança do paciente, o Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente (NQSP) do Hospital Estadual da Mulher Dr. Jurandir do Nascimento (Hemu) promoveu na quarta-feira (29/11) a capacitação dos colaboradores.
Estudos apontam que cerca de 10% dos pacientes sofrem com algum tipo de evento adverso durante a internação, como quedas e lesões por pressão. Também foi avaliado que a taxa de incidência de queda de pacientes hospitalizados no Brasil, tem uma variação de 1,37 a 12,6, para cada 1.000 pacientes-dia. No Hemu nos últimos dez meses, a taxa de queda ficou em 0,1. Dentre as atitudes que vêm contribuindo para essa baixa incidência, além das medidas preventivas adotadas pela unidade, estão os treinamentos, realizados periodicamente junto a equipe multiprofissional.
A capacitação, realizada para quatro turmas, foi ministrada pela coordenadora do NSP, enfermeira Lilian Fernandes. Ela falou sobre o conceito de queda e que considera-se queda quando o paciente é encontrado no chão ou quando, durante o deslocamento, necessita de amparo, ainda que não chegue ao chão. Também foram abordados os fatores de risco, vinculados tanto ao indivíduo como os ambientais e organizacionais; tipos de queda; avaliação e identificação do risco de queda; medidas gerais e medidas específicas e a importância da notificação.
Ao final da capacitação, os participantes puderam medir seus conhecimentos, rodando a roleta e respondendo algumas perguntas. Os que responderam certos ganharam bombons. “É uma atividade importante e necessária. Temos que nos atualizar sempre”, avaliou a técnica de enfermagem Helizaneth de Souza. “Eu gostei bastante, acho extremamente importante a gente ter esses treinamentos, para nos ajudar a melhorar cada vez mais nossos atendimentos e dar um suporte de qualidade aos nossos pacientes, que é a nossa maior prioridade dentro da unidade”, analisou o colaborador Daniel Ferreira.
A incidência de quedas no ambiente hospitalar é considerada um indicador importante para avaliar e acompanhar a assistência prestada ao paciente na unidade de saúde. De acordo com a coordenadora do NSP Lilian Fernandes o trabalho de identificação do paciente começa já na admissão, com a definição se a pessoa tem baixo ou alto risco de queda. No Hemu, o risco assistencial relacionado à queda é identificado por um botton na cor amarela, na pulseira de identificação do paciente e à beira-leito. A coordenadora espera que todos os profissionais da unidade participem da capacitação para dar continuidade aos ótimos resultados apresentados, assegurando qualidade e segurança aos pacientes.