Casada e mãe de quatro filhos, Hila Maria Alencar (44) foi uma das mães que participaram do curso de Mosaico Cerâmico para a revitalização do Polo de Lazer do Eusébio. Hila participou do projeto acompanhando seu filho, Luiz Carlos (21) – um dos integrantes assistidos pela APAE -, e se vê agora em um novo momento de esperança.
“Participar do curso abriu um novo horizonte na minha vida. Agora penso em montar uma oficina em casa e trabalhar junto com meu filho. É uma profissão que podemos seguir juntos”, diz.
Luiz é o segundo dos quatro filhos de Hila e nasceu surdo devido a contração de rubéola durante a gestação. Quando ficou viúva, ela se mudou para a comunidade do Eusébio e construiu uma nova vida com o atual marido, que trabalha como fotógrafo. No entanto, o trabalho do companheiro não é fixo e a renda familiar não é suficiente para manter a casa e todas as despesas. Hila foi uma das escolhidas pela APAE para participar do curso promovido pela Fundação Alphaville em parceria com a Prefeitura do Eusébio e a DIBRA, que além de beneficiar toda a comunidade com a revitalização de um espaço público, também oferece a oportunidade de aprender uma profissão.
“Além de conhecer pessoas e me sentir útil na sociedade, tenho a oportunidade de começar um negócio que vai contribuir com a minha família e com o desenvolvimento do meu filho”, diz ela. Esse também foi o primeiro curso profissionalizante do Luiz Carlos que, segundo sua mãe, está empolgado para produzir, vender e conseguir auxiliar na renda da sua família.
Foram quatro meses de curso envolvendo aprendizado, convivência e troca de experiências, metodologia aplicada pela Fundação Alphaville para buscar novas soluções para as pessoas e para os territórios.
“Acreditamos que a convivência é transformadora, por isso, buscamos incentivar e apoiar ações que estimulem cada vez mais a busca por soluções em conjunto. Neste caso, além de envolver diversos públicos e profissionais, também conseguimos contribuir com um espaço que beneficiará toda a comunidade local”, comentou Fernanda Toledo, gerente de Sustentabilidade da Fundação Alphaville.
Tanto as aulas como a troca de ideias e experiências entre os alunos resultaram na criação de espaços esportivos e de lazer para a população da cidade. E os participantes foram mais longe, criando diversas peças que foram usadas para a revitalização do local. Durante o curso, a identificação dos alunos com a arte em mosaico cerâmico cresceu e abriu as portas para que essa história continue e se transforme em profissão.
“O curso foi de grande aprendizado e crescimento para os participantes da APAE, pois trabalhou com raciocínio lógico, disciplina, coordenação motora, criatividade e arteterapia. Todos eles poderão dar continuidade e exercer uma profissão nesta área, com aprimoramento, e possibilidade de inserção no mercado de trabalho”, disse Elieuda Silva, diretora do Núcleo de Apoio Municipal aos Munícipes com Necessidades Especiais (NAMME) da APAE. “É uma forma de incluir mostrando a capacidade e o desempenho que cada um teve em participar do projeto”, concluiu. (Ana Nabeiro)