Patricia Finotti

Fotos que foram descobertas após 100 anos guardadas estão no Centro Cultural Correios Rio de Janeiro até o dia 04 de dezembro e provocam experiências diversas para pessoas com e sem deficiência visual

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Acessibilidade na exposição de Alberto de Sampaio
Como é ter acesso a uma fotografia se não se tem a visão? E que tal tocar fotografias, reconhecendo pelo tato diferentes paisagens do Rio de Janeiro do final do século passado e que ainda hoje fazem parte de nosso cotidiano na cidade? Estas são propostas que a Exposição Fotográfica Lentes da Memória – A Descoberta da Fotografia de Alberto de Sampaio, 1888-1930 sugere a todos os visitantes. A entrada é gratuita e a mostra está exposta no Centro Cultural Correios Rio de Janeiro até o dia 04 de dezembro.
Para aqueles que têm deficiência visual a exposição oferece uma série de recursos de acessibilidade e ações que possibilitam o acesso à informação visual. Com canetas pentops, que funcionam como audioguias, os visitantes cegos ou com baixa visão ouvem a descrição dos ambientes da exposição e de parte significativa do acervo de fotos. Há também fotografias táteis, impressas em 3D, que podem ser tocadas. Este recurso permite que as pessoas com deficiência visual sintam as fotografias e capturem diversas dimensões das cenas, formando assim suas paisagens e tendo noção do que é este acervo.
A descoberta das obras contou com ampla dedicação da curadora Adriana Martins Pereira, que além de desvendar fotografias do Rio de Janeiro, do fotógrafo Alberto de Sampaio guardadas há mais de 100 anos, também pensou que a cidade maravilhosa teria um efeito ainda mais interessante ao receber texturas impressas em 3D em que é possível ter a percepção de profundidade da fotografia, além de muitas outras características de uma imagem como os tons de cinza.
“Por favor, toque!”
Diferente das exposições convencionais onde não há possibilidade de colocar as mãos nas obras, a Exposição Fotográfica Lentes da Memória provoca a experiência tátil. Para quem enxerga, viver essa sensação pode ser uma forma de praticar a empatia, colocando-se no lugar de quem não enxerga e aproveitar a mostra com outro sentido, além da visão. É possível passear pelas obras táteis com os olhos vendados ouvindo a descrição de imagens, vivenciando a mesma maneira que as pessoas com deficiência visual têm acesso às informações visuais.
A exposição disponibilizará também maquete tátil do espaço da exposição e de objetos que estarão expostos, como a máquina fotográfica e câmera de filmar, muito utilizadas pelo fotógrafo Alberto de Sampaio.
As fotografias que compõem o acervo audiodescrito também contarão com QR Codes para que o público, com deficiência visual ou não, possa acessar a descrição por meio do celular. Além dos recursos táteis e de áudio, há profissionais audiodescritores a postos em todos os dias da exposição, de terça à domingo, para receber grupos previamente agendados e acompanhar pessoas com deficiência visual durante a visita.

AÇÕES E HORÁRIOS:Monitores e recursos de audiodescrição disponíveis a todos os visitantes em todo o período da exposição. Audiodescrição gravada em canetas pentops para público com deficiência visual e Audiodescrição ao vivo com monitor para público com deficiência visual.

Audiodescrição ao vivo com monitor audiodescritor para grupos pré-agendados de pessoas com deficiência visual, em horário a combinar pelo telefone: (21) 99466 2096, com Gustavo. (Victoria Ávila)

SERVIÇO:
Centro Cultural Correios do Rio de Janeiro
Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro | Contato: (21) 2253-1580
Período da exposição: até 04 de dezembro
Aberta de terça-feira a domingo, entre 12h e 19h
Entrada gratuita

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