16ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza tem dois projetos brasileiros para construção civil concebidos em madeira

Edifício Amata, projetado pelo Triptyque Architecture na cidade de São Paulo, e Moradias Infantis, dos escritórios Rosembaum e Aleph Zero, estão entre os 17 participantes selecionados para o Pavilhão Brasil no principal evento de arquitetura do mundo

A Bienal de Arquitetura de Veneza de 2018, que acontecerá entre os dias 26 de maio e 25 de novembro no famoso parque Giardini, no Arsenale e em outros lugares da cidade italiana, contará com a apresentação de dois projetos concebidos em madeira do Brasil, o Edíficio Amata e Moradias Infantis. O Amata é o primeiro edifício brasileiro de madeira em altura, e será erguido até 2020. Já o Moradias Infantis foi erguido na zona rural de Formoso do Araguaia, a 320 quilômetros de Palmas, para servir de dormitório para crianças do projeto educacional Escola da Fazenda Canuanã, e tem assinatura dos escritórios Rosembaum e Aleph Zero.

A madeira é uma aposta para o presente e futuro. Além de natural, renovável e econômica também é resistente, durável, contemporânea e a prova de fogo – ou seja, possui todas as características para substituir os materiais poluentes utilizados na construção civil. Estruturas em madeira criam ambientes saudáveis e espaços de alta qualidade que promovem uma sensação de bem-estar.

Cada 1m³ de madeira reflorestada é capaz de absorver em média uma tonelada de CO² do ambiente, o que vem de encontro com a proposta assinada pelo Brasil durante a 21ª Conferência do Clima (COP 21), realizada em dezembro de 2015, em Paris, que promete reflorestar 12 milhões de hectares e reduzir em 43% a emissão de gases do efeito estufa até 2030. Essa é uma solução para ajudar a resolver um problema crônico da indústria da construção, que hoje é responsável pela emissão de quase metade do dióxido de carbono do mundo.

O Edifício Amata foi selecionado para a mostra “Muros de Ar”, que incluiu outros 16 projetos brasileiros selecionados pelos curadores entre 289 inscritos. Com o tema FREESPACE, a mostra “Muros de Ar” tem curadoria do coletivo de arquitetos selecionados pela Fundação Bienal de São Paulo: Gabriel Kozlowski, Laura González Fierro, Marcelo Maia Rosa e Sol Camacho e acontece no Pavilhão Brasil, no parque Giardini. O critério para a escolha dos projetos foi utilizar a arquitetura como instrumento de mediação de conflitos, transições entre os domínios públicos e privados e conexão de tecidos urbanos distintos.

Os projetos
O Edifício Amata, projeto de iniciativa da empresa Amata, é o primeiro do Brasil que será erguido em madeira estrutural e tem projeto assinado pelo Triptyque Architecture. O edifício será erguido em um terreno de 1.025 m² no bairro da Vila Madalena, com expectativa de finalização para 2020, com uma área de 4.700 m² e será construído em CLT, um produto de alta tecnologia formado com multicamadas de madeira maciça em duas diferentes direções. Com 10 andares e estrutura de madeira, pode ser comparado com uma construção tradicional em concreto, porém estima-se que sejam sequestrados 900 toneladas de COda atmosfera e menor tempo de execução da obra.

O Moradias Infantis, projeto em madeira dos escritórios Rosembaum e Aleph Zero, é um internato que acolhe 800 alunos provenientes de localidades ainda mais afastadas, onde não há qualquer acesso à educação na zona rural de Formoso do Araguaia, a 320 quilômetros de Palmas para servir de dormitório para crianças do projeto educacional Escola da Fazenda Canuanã. Referência na região, formadora de muitos dos pais dos atuais estudantes, a entidade, mantida pela Fundação Bradesco, detectou uma inquietação entre professores, coordenadores e direção: faltava conforto nos grandes pavilhões onde dormiam os 540 alunos do Ensino Fundamental 2. A construção proposta em madeira permite ventilação, segurança e amplos espaços para as crianças, o que permitiu a melhora dos alunos inclusive no rendimento escolar.

Para Dario Guarita Neto, CEO da Amata, a seleção destes dois projetos comprova que “o reconhecimento de que a madeira é sim o material do século XXI e a construção de carbono positivo já é uma realidade”, afirma. O Edifício Amata e o Moradias Infatis serão apresentados na mostra “Muros de Ar”, que incluiu outros 15 projetos brasileiros selecionados pelos curadores entre 289 inscritos. (Agência Lema)

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