Atividades físicas auxiliam na prevenção e combate à depressão

Lucas – Kasane

Ligada à liberação de neurotransmissores e à regeneração cerebral, prática de exercícios garante benefícios tanto físicos quanto cognitivos em casos de transtorno depressivo

Não é surpresa que o ganho de saúde e qualidade de vida está diretamente ligado à prática de atividades físicas. Os exercícios são importantes aliados tanto para o combate quanto prevenção de boa parte das doenças que acometem o ser humano. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2020 a depressão, por exemplo, será a principal doença mais incapacitante do mundo. Porém, o mal pode ser prevenido e até mesmo combatido com o auxílio de algumas medidas, entre elas a prática regular de atividades físicas. 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre os sintomas da depressão estão o humor depressivo, com sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimento de culpa, retardo motor, insônia ou sonolência, falta de apetite, redução do interesse sexual e sintomas físicos, como mal-estar, cansaço, queixas digestivas, dor no peito, taquicardia e sudorese. É importante ressaltar que o diagnóstico da doença é clínico e precisa ser atestado pelo médico após realização de um exame do estado mental do paciente. Não existem exames laboratoriais para diagnosticar a depressão.

O médico do esporte, Diego Dias, esclarece que a prática de exercícios físicos acelera a regeneração neuronal, que tem grande auxílio tanto no combate quanto na prevenção ao transtorno depressivo. “Os benefícios vão desde fatores físicos como melhora da aptidão física, ao envelhecimento saudável, a ampliação de convívio social, melhora de força muscular, flexibilidade, além da capacidade motora e metabólica. Podemos citar também o fator psicológico, com a melhora da concentração e da tomada de decisões”, enumera o profissional.

Para aqueles que têm dúvida entre se exercitar ao ar livre ou dentro da academia, o profissional garante que depende da preferência de cada indivíduo no que diz respeito à manutenção do hábito. “O ideal é a prática que a pessoa conseguirá manter a longo prazo e que trará maior satisfação”, diz.  Segundo o médico, o tempo após o início da atividade física é relativo. “O mais importante é a frequência, a execução de uma atividade física de maneira persistente. Isso é que garante o efeito benéfico dos exercícios”, enfatiza.

“Muitos estudos revelam que indivíduos que praticam atividades têm uma capacidade de regeneração cerebral melhor do que os não praticantes. Esse fator representa um importante mecanismo de proteção à doença”, explica. Diego ainda conceitua que a prática de exercícios promove a liberação de catecolamina, composto que atua liberando ácidos graxos, uma forma básica de gordura. Isso facilita a movimentação de uma molécula chamada triptofano, agente que promove o aumento da produção de serotonina, um neurotransmissor relacionado às sensações de prazer.

O acompanhamento com um psiquiatra é essencial e o tratamento medicamentoso em alguns casos, mas certos cuidados também podem fazer a diferença, como o cuidado com a alimentação, por exemplo. “Alimentos que aumentam os níveis de ansiedade devem ser evitados, como chá preto e bebidas à base de cafeína, por exemplo”, diz. Já no time do que faz bem e contribui para uma melhora do quadro, estão os alimentos ricos em vitamina D, zinco, ômega 3 e ômega 6, como uva, abacate, amêndoas, entre outros. “Os alimentos que auxiliem com o sono também garantem efeitos positivos no tratamento de transtornos mentais”, acrescenta. 

De acordo com estudo epidemiológico, a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil está em torno de 15,5%. Esses estudos mostram essa prevalência ao longo da vida em até 20% nas mulheres e 12% nos os homens. “Diante de tantas evidências e do que se sabe sobre os benefícios da prática de exercícios físicos, tanto a curto quanto a longo prazo, é preciso estimular desde os jovens até os idosos a movimentar-se”, conclui o médico. 

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