Patricia Finotti
Na atual conjuntura que exige cuidados específicos com pacientes acometidos pela Covid-19, e que estão internados em UTIs, o Cirurgião Dentista capacitado em Odontologia Hospitalar ,tem desempenhado importante papel no controle de infecções bucais que podem prolongar a permanência do paciente no hospital, e que até mesmo podem agravar o estado de saúde, quando o controle microbiano bucal ( fungos , vírus e bactérias ), não for realizado de maneira adequada. Esse profissional ainda, ajuda a implementar diversas ações educativas e preventivas, sendo o responsável pela motivação, educação relacionada à saúde bucal e cuidados com pacientes hospitalizados.
“É fato que uma pessoa não é completamente saudável se a sua saúde bucal estiver comprometida.” explica a cirurgiã dentista e coordenadora do curso Odontologia Hospitalar – OH – da Associação Brasileira de Odontologia sessão Goiás – ABO GO, Camila de Freitas. Por isso, é tão importante o controle microbiano bucal em pacientes hospitalizados, a fim de evitar o comprometimento de outros órgãos e o desenvolvimento de problemas bucais, que podem causar desde gengivite, periodontite , abscessos , infecções fúngicas , virais e muitas outras complicações, inclusive respiratórias.
“Pesquisas e estudos na área de Odontologia Hospitalar, apresentam que protocolos preventivos, ajudam na manutenção da saúde bucal e são fundamentais para a redução dos problemas de saúde em geral, principalmente para pacientes hospitalizados em UTIs e que tem uma higiene bucal deficiente. Estes mesmos pacientes apresentam, em razão do uso de medicamentos, de patologias específicas e da baixa ingesta hídrica ,uma redução do fluxo salivar favorecendo o surgimento de lesões orais o que pode agravar o quadro de pacientes internados.”
Para melhorar este quadro e reduzir os riscos de mortalidade, é importante que a equipe de profissionais que integram o hospital possua um Cirurgião Dentista habilitado em Odontologia Hospitalar. Este profissional estará apto para implementar ações que visam auxiliar na prevenção de patologias e na recuperação do paciente. Após o correto diagnóstico são planejadas ações terapêuticas que permeiam entre uso de fármacos , intervenções cirúrgicas , controle químico é mecânico do biofilme e laserterapia.
“Pacientes submetidos a traqueostomia ou intubação orotraqueal exigem maiores cuidados.” alerta Dra. Camila de Freitas enfatizando: “É importante estabelecer um protocolo de higiene oral adequada . Nos casos específicos de desses pacientes, a pneumonia associada à ventilação mecânica é uma das principais causas de morte e prolongação na internação, inclusive nos acometidos pela COVID 19 , que desenvolvem infecções pulmonares bacterianas e fúngicas secundárias a doença.
Por este motivo e pelo fato de que os pacientes acometidos pela COVID 19 podem desenvolver lesões orais e infecções oportunistas ,que os cuidados odontológicos dentro dos hospitais são tão importantes, também em época de pandemia.
Camila de Freitas integra o grupo OralMed. É presidente da Câmara Técnica de Odontologia Hospitalar do Conselho Regional de Odontologia de Goiás – CROGO e também do Departamento Odontologia Hospitalar da SOTIEGO ( sociedade de terapia intensiva do Estado de Goiás ) É professora do curso de pós graduação da ABO Goiás Odontologia Hospitalar e Atendimento a Pacientes Sistemicamente Comprometidos e do curso de Odontologia Intensiva da AMIB ( Associação de Medicina Intensiva Brasileira ).
É Responsável pelo Serviço de Odontologia Hospitalar do Instituto de Neurologia de Goiânia e do Hospital Israelita Albert Einstein unidade Goiânia.
Além, de Goiânia, ela ministra palestras e aulas sobre área em diversos estados do país.