Encontro de Músicas e Danças do Mundo 2017 chega com novidades

Em janeiro, o distrito de Imbassaí, no município baiano de Mata de São João, recebe o Encontro de Culturas do Mundo. Originalmente trazendo convidados nacionais e internacionais para apresentar diferentes aspectos de sua música e dança, o evento foi expandido e vai propiciar fóruns com uma discussão mais ampla sobre temas ligados à cultura e ainda mais visibilidade para grupos e povos que vivem em conflito. A principal novidade é o Encontro Multiétnico (dias 20 a 22), que reunirá sete diferentes etnias indígenas para compartilhar ritos e saberes ancestrais entre si e com o público, no Espaço Cultural Tangará Mirim. Em seguida, no mesmo local, acontece o já tradicional Encontro de Músicas e Danças do Mundo (dias 25 a 29), que chega à 11ª edição e congregará artistas brasileiros, portugueses, turcos, egípcios e africanos, em apresentações abertas ao público e aulas pagas.

O Encontro Multiétnico terá a presença de diversas etnias locais, como Guarani / Mbya (Sta Catarina), Fulni-Ô (Pernambuco), Kayapó / Mebêngôkre (Pará), Dessana (Amazonas), Yawalapiti (Xingu) e Tupinambá (Bahia). Na programação, atividades como oficinas, exposições e exibição de filmes promoverão debates sobre questões relacionadas à causa indígena. O evento contará ainda com a exposição “Guarani Kaiowá: Imagens de quando a coragem recusa a humilhação”, do fotógrafo Rogério Ferrari.

No Encontro de Músicas e Danças do Mundo, os destaques internacionais ficam por conta do grupo Madrassati Toyaria de M’tsangadoua, com a Oficina de Danças e Cantos Sufis das mulheres de Mayotte (África), as Práticas de Tenchi Tessen, arte com movimentos inspirados no Budo japonês, com Miguel Raposo e Paula Chambel, de Portugal, a Oficina de Danças e Ritmos Turcos, com os artistas Senol Sentürk, Betül Sentürk, Halil Ibrahim Karaagaç, Sinan Güneysu e Hasan Kukuoglu, da Turquia, e a Oficina de Ritmos do Oriente Médio e Giros Sufis, com o dançarino egípcio Mohamed El Sayed e o músico Douglas Felis.

O Brasil também terá uma presença eclética. O estado anfitrião estará representado pelas Baianas do Terreiro Oyá Denã, de Camaçari, pelas apresentações do Grupo de Músicas e Danças de São Gonçalo, de Santa Brígida, e por Rosângela Silvestre, criadora da Técnica Silvestre, prática corporal com movimentos que remetem às culturas brasileira e africana. A Família Menezes, do Maranhão, estará à frente das Danças e Brincadeiras Cantadas. A tradicional comunidade quilombola Kalunga, de Goiás, fará a  apresentação de Dança Sussa, enquanto Minas Gerais participa com o Terno de Moçambique do Capitão Júlio Antônio da Comunidade de Fagundes. Já o estado de São Paulo é representado pelas Oficinas de Práticas Corporais, de Maria Amélia Pereira (Péo) e Irene Crespo, e pela Oficina de Músicas do Mundo, de Gabriel Levy, acordeonista, arranjador, compositor, educador e produtor musical.

“Queremos chamar a atenção para povos que estão em conflito e sempre mostramos essas culturas de uma forma positiva, pela música e pela dança, que contribuem para minimizar as diferenças e aproximar os diferentes grupos”, explica Glaucia Rodrigues, diretora do Centro de Estudos Universais AUM, associação sem fins lucrativos que, desde 1998, realiza festivais de músicas e danças étnicas pelo projeto Dançando Pela Paz.

O evento contará com atividades gratuitas, como a apresentação do grupo Madrassati Toyaria de M’tsangadoua, que, no dia 25, levará ao palco do MAM Bahia toda a tradição das danças e cantos Sufis das mulheres de Mayotte. Também estarão abertas ao público geral a exposição Guarani Kaiowá, com imagens em preto e branco retratando a luta dos Kaiowá em defesa do seu território ancestral, e a mostra “Eu rio pro mar”, de autoria do designer Jean Louis Vasconcelos, cujas pinturas em óleo sobre tela mergulham no universo das águas, tendo o mar como personagem principal e “Homenagem ao balangandã”, da artista Alexa Leirner, e os fóruns culturais.

Um espaço de integração cultural será criado em Imbassaí, a 70 km do aeroporto de Salvador, especialmente para a realização do Encontro Multiétnico. O evento é fruto de uma parceria entre o Centro de Estudos Universais AUM e a Casa de Cultura Cavaleiro Jorge, que há 10 anos realiza, na Chapada dos Veadeiros (GO), eventos que visam fortalecer os povos indígenas, criando novas possibilidades para a sua sustentação, como o Encontro de Culturas Tradicionais e a Aldeia Multiétnica, que terá no evento baiano uma extensão interestadual. (Helena Castello Branco
)

 

Serviço
Encontro de Culturas do Mundo
Local: Espaço Cultural Tangará Mirim – Imbassaí, BA
– Encontro Multiétnico: de 20 a 22 de janeiro
– 11º Encontro de Músicas e Danças do Mundo: de 25 a 29 de janeiro


Valores
– Encontro Multiétnico
R$ 400,00 até 15/11 e R$ 550,00 após essa data
– XI Encontro de Músicas e Danças do Mundo
R$ 650,00 até 15/11 e R$ 800,00 após essa data
Pacote para os dois encontros: R$ 900,00
Estudantes e professores da rede pública pagam meia entrada.

Inscrições e mais informações:
Centro de Estudos Universais
Tels.: (11) 3071-3842 e (71) 98130-0990
dancandopelapaz@ceuaum.org.br
Facebook: FB.com/centrode.estudosuniversais
www.ceuaum.org.br / www.dancandopelapaz.com.br

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