Fake news: Educador alerta para os riscos e as consequências do compartilhamento de notícias falsas

Saber identificar informações falsas é essencial para manter relações de confiança e credibilidade nos mundos real e virtual

 

Nas redes sociais, são formados laços de confiança e credibilidade entre os usuários. Quando vemos uma postagem ou o compartilhamento de algum amigo, tendemos a levar aquela informação mais a sério, muitas vezes até com mais intensidade do que se ela fosse divulgada por algum veículo tradicional de comunicação. Porém, hoje, mais do que nunca, é necessário dar vários passos para trás antes de tomar alguma informação desse tipo como verdade.

O educador e jornalista Eduardo Calbucci, diretor do Programa Semente, mestre e doutor em Linguística, acredita que a propagação de notícias e conteúdos falsos pode gerar consequências graves para a sociedade.

O engano mora ao lado

Por vezes, nossos amigos e parentes estão, sem saber, espalhando as chamadas fake news. “E não é questão de maldade, mas isso altera a percepção das pessoas próximas. Afinal, é a partir das informações recebidas que interpretamos o mundo. Se essas informações estão erradas, as interpretações também podem estar”, afirma Calbucci.

Compartilhá-las é um perigo não apenas no campo das amizades. “Às vezes a timeline também faz parte do currículo do indivíduo. Informações falsas se tornam então um problema que pode afetar o futuro do usuário como profissional”, diz o professor.

Atenção é dinheiro!

É importante entender também o que está por trás desse tipo de material. “Há todo um mercado de sitesdedicados a inventar conteúdos espalhafatosos, sensacionalistas, que remodelam e até invalidam notícias verdadeiras. E esses sites estão interessados em cliques. Ajudar a espalhar as notícias falsas é também sustentar essa prática”, alerta Calbucci.

Hoje é difícil ficarmos parados com a quantidade de conteúdo que vemos todos os dias nas redes sociais. Mas existem várias dicas para identificar as notícias falsas.

Consultar veículos variados

Toda vez que deparamos com uma notícia muito diferente do comum, convém tomar cuidado. Se aquilo foi informado apenas por um veículo, é um sinal de que algo está errado e não deveria ser levado a sério. Nesse caso, as ferramentas de pesquisa, como o Google, são aliadas.

As notícias falsas surgem de sites desconhecidos e de autores anônimos: não possuem expediente, nome de jornalista ou contato. Muitas vezes, os nomes dos sites possuem alguma palavra que remete a algum veículo confiável.

“Nós temos, sim, que ser críticos em relação ao que lemos nos grandes veículos de comunicação, mas esses sites que propagam notícias falsas são infinitamente mais perigosos para a sociedade”, informa Calbucci.

Saber para prevenir

Hoje, muitas vezes, indivíduos mais novos sabem mais sobre as mídias digitais do que os mais velhos, entretanto, todos são vulneráveis às fake news. Por isso, a prevenção deve ser um processo colaborativo entre os jovens, pais e professores. “A escola também deve passar as ferramentas de prevenção para o aluno. A sala de aula é propícia para fazer esses alertas, porque os alunos entendem mais sobre a importância das decisões responsáveis e repassam estas informações em casa. Informação é poder, e nós temos que tomar cuidado com isso”, conclui Calbucci. Nas escolas que adotam o Programa Semente, por exemplo, os alunos têm aulas em que refletem sobre as consequências de suas ações e sobre os critérios que usamos para fazer escolhas, tópicos fundamentais para o seu bem-estar e o da comunidade. (Juliana Miranda)

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