Jornalista lança livro infantil inspirado em experiências da filha de 10 anos

Ilustrações do livro “Lalá descobre o tédio” foram feitas pela própria filha da autora. 

“É incrível a quantidade de histórias engraçadas e originais que os filhos são capazes de criar, principalmente nos primeiros 10 anos de vida”. A afirmação é da jornalista Patrícia Barcelos, que resolveu lançar uma coleção de livros, abordando a relação dela com a filha Lavínia Barcelos – hoje com 10 anos -, além das descobertas, as curiosidades e as experiências compartilhadas. O primeiro livro é o ‘Lalá descobre o tédio’, que já está disponível, em versão português, nas lojas da Amazon do Brasil e dos Estados Unidos. “Minha intenção é divertir pais e filhos com uma história real e que talvez eles mesmos já estejam vivendo e, quem sabe, ajudá-los a abordar o assunto do tédio com suas crianças. Criar a oportunidade de explicar para os pequenos que sentir tédio, de vez em quando, é natural e pode ser a oportunidade para descobrir coisas bacanas para se fazer, inclusive ao se permitir não fazer nada de vez em quando”, enfatiza.

Voltado para pais e mães que gostam de ler para seus filhos – especialmente até os 7 anos de idade -, o livro conta como ‘Lalá’ descobriu o tédio, por volta dos 4 e 5 anos. “Foi quando essa sensação surgiu com tal força que desencadeou o diálogo que vemos no livro. Eu tinha a opção de escrever sobre todos os temas que vão vir em outros livros da coleção, mas essa experiência sempre me divertiu muito, seja pela descoberta dessa sensação, seja pela descoberta de uma palavra nova”, acrescenta.

Patrícia ressalta ainda que Lalá não é só a inspiração para as histórias que vão ser publicadas. Ela também ajudou no processo de criação do livro, pois foi responsável pelas ilustrações. “Depois que eu terminei de escrever o primeiro livro e deixei guardado no computador, não pensei na parte da ilustração. Só quando comecei a mexer na ferramenta de publicação foi que me ocorreu que um livro infantil tinha que ter ilustrações. Foi aí que fiz o convite para ela mesma criar as ilustrações da capa e da história. Ela ama desenhar e ficou encantada com o convite. Foi legal trabalharmos juntas. Emocionante, mesmo. Ela me prometeu que vai ilustrar todos os outros, mas já falou que não quer pressão. Segundo ela, o artista precisa de liberdade e inspiração para criar, e não pode ser pressionado. Sei não se essa parceria vai durar”, brinca.

A versão eletrônica do livro ‘Lalá descobre o tédio’ tem capa e mais oito páginas de história. Para ter acesso ao primeiro livro da coleção, é só baixar o app gratuito do kindle no celular ou tablet, ou no site www.amazon.com.br e no campo de busca clicar em Todos e depois em Loja Kindle. Basta escrever Lalá na busca e o livro aparece. A versão e-book custa apenas R$ 5,99.

Inspiração e temáticas
Patrícia explica que sempre que vivia histórias engraçadas ou emocionantes com a filha, sentia vontade de registrar tudo. Por isso, o melhor caminho encontrado por ela foi colocar as experiências no papel. “Para compartilhar com outras mães ou simplesmente garantir que essas histórias, tão significativas para mim, não iriam cair no esquecimento. Queria garantir que pelo menos parte delas estaria preservada em registros que atravessariam o tempo”, diz.

Ela acrescenta que já possui temas para mais quatro livros da coleção ‘Descobertas de Lalá’. “Cada um com uma fase bem marcante do desenvolvimento da minha filha e que, creio eu, vão gerar espelhamento em muitas outras mães. São muitas histórias vividas, mas algumas experiências são marcantes e deixam claro o quanto nossas crianças são sensíveis, inteligentes e atentas a tudo que acontece ao seu redor”, reforça.

Entre os assuntos já previstos estão amor, ciúmes, paixão pelos bichos e dedicação materna. “Uma delas foi quando Lalá descobriu o ‘amor’. Um dia ela me disse que tinha um amigo que era muito especial. E ela só tinha 4 anos!!! Fiquei chocada com essa revelação e feliz por ver o quanto confiava em mim. Claro que eu jamais estimulei nenhum sentimento precoce, mas a ajudei a entender que algumas pessoas realmente serão especiais na nossa vida. Em outra ocasião ela se viu tendo que dividir a atenção da melhor amiga com outra amiguinha. Como filha única e primeira neta do lado materno, sempre foi rodeada de atenção, e essa experiência trouxe certa tristeza. Mas depois ela aprendeu que tanto poderia compartilhar a melhor amiga como podia também se abrir para outras amizades. Outra história que eu me emociono só de imaginar escrevê-la é um tema muito delicado para mim: não poder estar com ela em todo o tempo e momento. A história vai falar dessa descoberta dela de que a mamãe não vive somente para ela e da minha dedicação em fazê-la entender que, mesmo não estando o tempo todo, onde quer que eu esteja, estou pensando nela e trabalhando duro para dar a melhor vida que estiver ao meu alcance para ela”, lista.

Patrícia Barcelos
Jornalista, especialista em marketing, artesã de papel, professora universitária e, agora, escritora. “Mas, de todos os meus ofícios, o que mais me preenche como ser humano é, sem dúvida, a maternidade”, afirma. Ela diz que um dos motivos de querer escrever é o excesso de leitura. “Sempre que leio um livro, algo na história que estou lendo me inspira a escrever algo. Também tenho um desejo constante de contar para todo mundo as histórias que, por algum motivo, chegam até mim. Talvez pelo fato de ser jornalista, toda conversa que tenho com alguém é quase uma entrevista, tenho um interesse genuíno por toda conversa que eu desenvolvo e, muitas delas, me dão uma vontade imensa de contá-las”.

Sobre as metas como escritora, Patrícia revela que quer experimentar de tudo, desde contos, crônicas, ficção e não-ficção. “O céu é o limite. Além da coleção das Descobertas da Lalá, também estou escrevendo outros dois livros, só que para o público adulto. Um deles é um relato de uma experiência recente que eu vivi durante um período sabático e o outro vai falar sobre os milagres que eu experimentei na minha vida. Ambos têm uma proposta autobiográfica, que abordarão experiências que, ao compartilhá-las, eu espero poder inspirar outras pessoas”, complementa. (Fernando Dantas)

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