Juliana Carnevalli
O renascimento do Cerrado após cada novo período de queimada serviu de inspiração para o designer de interiores Nando Nunes criar o conceito da *Casa Cinza Cerrado*. O bioma, tão diverso quanto ameaçado, mostra sua força, resistência e capacidade de renovação entre as cinzas. Aparentemente inimiga, a ação natural do fogo preserva a diversidade do bioma e o faz brotar novamente, ainda mais exuberante. O “fogo amigo”, bem diferente dos incêndios criminosos, faz parte do ciclo da vida.
Em seu ambiente na Casa Cor 2021, Nando Nunes consegue traduzir com beleza e frescor o que, à primeira vista, poderia ser uma imagem triste e desoladora. O projeto criado pelo profissional proporciona ao morador um espaço onde ele também pode renascer e desfrutar de um bem escasso e muito valioso: o tempo. A casa é a tradução do bem-estar, é o lugar que permite a conexão consigo, com o outro e com as coisas que nos fazem bem.
De múltiplas funções, o espaço de 114 m² conta com hall de entrada, living, sala de jantar, cozinha, suíte, closet, banheiro. O projeto, que pode ser facilmente adaptado a qualquer projeto residencial, apresenta todo o conforto e aconchego próprios de uma área pensada para receber ou mesmo para aproveitar o ócio.
Destaque para o teto inclinado que traz aconchego de uma casa e os brises que definem os espaços e os isolam, quando necessário. Na decoração, quadros da fotógrafa e artista Adriana Bittar trazem o Cerrado para dentro do espaço. A paleta de cores é de tons terrosos queimados, cinza, preto e verde, numa composição leve, sóbria e de muita personalidade.
