SELEÇÃO DE CURTAS NA 24a MOSTRA DE TIRADENTES DESTACA PANDEMIA E IMAGINAÇÃO EM 79 TÍTULOS DE 19 ESTADOS

Imprensa Sesc em Minas

A diversidade da produção em curta-metragem poderá ser conferida em oito mostras temáticas durante a 24a Mostra Tiradentes que oferece programação gratuita e online pelo site mostratiradentes.com.br

Para sua 24a edição, a Mostra de Cinema de Tiradentes, a ser realizada entre 22 e 30 de janeiro de 2021, selecionou 79 curtas-metragens de 19 estados brasileiros para comporem as diferentes sessões que anualmente atraem centenas de espectadores interessados em conhecer os rumos do formato na produção brasileira. Por conta da pandemia, em 2021 a Mostra terá realização predominantemente remota, em parceria cultural com o Sesc em Minas , com ações pontuais na cidade de Tiradentes.

A curadoria de curta-metragem, composta por Camila Vieira, Tatiana Carvalho Costa e Felipe André Silva, recebeu 748 inscrições, de onde foram definidos os 79 títulos, distribuídos nas mostras Foco (11), Panorama (26), Foco Minas (9), Temática (3), Praça (13), Formação (9), Jovem (3) e Mostrinha (5). Os estados de São Paulo e Minas Gerais aparecem com maior quantidade de trabalhos na seleção, o primeiro com 17 e o segundo com 16 filmes, respectivamente. Há ainda produções de Alagoas (1), Amazonas (4), Bahia (4), Ceará (4), Brasília (2), Espírito Santo (2), Goiás (1), Mato Grosso (1), Pará (2), Paraíba (2), Paraná (5), Pernambuco (3), Rio de Janeiro (8), Rio Grande do Norte (1), Rio Grande do Sul (6), Santa Catarina (2) e Sergipe (2).

“No processo de seleção, percebemos muitos curtas realizados durante o isolamento social devido à pandemia e selecionamos aqueles que conseguiram propor deslocamentos ao estado permanente de tristeza que nos imobiliza”, comenta Camila Vieira, uma das curadoras. “O que nos chamou atenção foram curtas feitos com as restrições do isolamento que buscaram formas inventivas de realização de cinema e processos de criação, como República’, da Grace Passô, ou ‘Minha Bateria está Fraca e está Ficando Tarde’, de Rubiane Maia e Tom Nóbrega, entre outros”.

Para Felipe André Silva, que estreia na equipe de curadoria de curtas da Mostra de Tiradentes, a percepção foi de que especialmente a produção de classe média e seus “filmes de pandemia” encontrou dificuldades para se expandir além das temáticas sobre si mesma ou escapar das limitações espaciais impostas pelo isolamento. “Foi então um desafio que nós adotamos, o de encontrar trabalhos que quebrassem com essa lógica”, afirma Felipe. Ele chama atenção para títulos como “Drama Queen”, de Gabriela Luiza, “Levantado do Chão”, de Melissa Dulius e Gustavo Jahn, ou “Eu te Amo, Bressan”, como exemplares da liberdade estética e narrativa potencializadas pelo contexto – e não só para falar de pandemia.

Na edição desse ano da Mostra Foco, cujos filmes são avaliados pelo Júri Oficial, será possível, segundo a equipe de curadoria, perceber três linhas de aproximações entre os curtas, que vão desde propostas experimentais a construções ficcionais. A primeira é de curtas que pensam a catástrofe, a destruição e o colapso do mundo em que vivemos, tratando sobre em que medida isso se conecta a uma crise generalizada da política institucional e de um projeto de país; a segunda linha inclui curtas que borram fronteiras entre o real e o imaginário, o que existe de possível na concretude das vivências e o que há de criação do impossível no campo da imaginação; e a terceira linha são filmes de distopia, com alegorias que aludem ao presente, pensam os processos históricos e apontam possíveis futuros.

Já a Mostra Panorama contém curtas de realizadores com trajetórias já reconhecidas no cinema contemporâneo brasileiro, casos das duplas Gustavo Jahn & Melissa Dullius e Lucas Parente & Rodrigo Lima e de nomes como Julia Katharine e Ricardo Alves Jr., entre outros. “Mas também selecionamos na Panorama curtas de jovens realizadores que estão se aventurando nas ficções em diálogo com os códigos do cinema de gênero e outros que estão buscando diferentes processos de criação dentro do documentário”, destaca Camila Vieira.

Para Felipe André, será estimulante ao público se deparar com alguns voos criativos surpreendentes dentro da vasta seleção. “No meio de um mundo que está ruindo, foi importante atentarmos também para o que se apresentava como virtuosismo cinematográfico”, diz o curador. “A Mostra de Tiradentes é o espaço de celebração do cinema que olha para a frente e ainda aquele que está sendo feito nas condições permitidas pelo momento histórico. Assim como se anunciava em 2020, a imaginação prossegue sendo uma potência, e isso será reiterado dentro das propostas temáticas da edição de 2021”.

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